A Você
                  
         Obrigado por ter-me libertado deste envelope que me transportou até aqui, mas foi o único meio que eu encontrei para chegar até você. Não venho para contar histórias, acontecimentos ou relatar autoconhecimentos no intuito de autoajudar psicologicamente. Mas eu estive assistindo a morte do interesse pela leitura. Esse meio de adquirir conhecimentos, elevando o ser humano à integração de um futuro promissor. 
         Não se preocupe em ouvir-me numa leitura silenciosa, pode aumentar o volume de sua voz para que você possa ouvir todos os meus pensamentos com sua própria voz. Eu falo aos teus olhos, mas você poderá reproduzir em sons perceptíveis às audições que porventura encontrem ao seu redor.
         Em minha família ou mesmo entre meus amigos componentes de minha sociedade, iniciou-se uma decadência no interesse pela leitura. Assim, dificultando à integração das formalidades na composição dos registros da atualidade. Esses registros fortaleceriam e poderiam dar ênfase ao melhoramento de um futuro promissor aos nossos descendentes.
         Então, resolvi desenvolver um projeto que levasse a uma motivação à retomada deste interesse. A curiosidade foi o mais forte ímpeto que impulsiona ao primeiro passo de qualquer percurso do existencialismo. Essa doutrina que formula os problemas da dimensão do ser do homem, afirma que o existir é uma dimensão primária e radical. E, que todas as demais coisas se dão na existência e que não podemos derivar à existência do pensamento.   
Passando dos sonhos, dos planos e dos projetos à ação. Inicio uma caminhada em direção aos meus semelhantes, a fim de contatar-me e interagir numa troca de experiências. Assim, poderei aprimorar os conhecimentos e transmitir aos nossos descendentes que caminharão para uma nova prosperidade.
Como você, muitos ao receber uma correspondência, motivada pela curiosidade, abrem ou pede a uma criança, a um adolescente ou mesmo aquela pessoa que nunca foi chegado a uma boa leitura, que faça o favor de ler a mensagem para você. Assim, essa pessoa ao ler em voz alta a mensagem, estará dando o primeiro passo em direção ao prazer da leitura, fixando as normas gramaticais ao detectar erros que porventura cometido pelo escritor e também, exercitará as cordas vocais e aperfeiçoará a dicção na pronuncia correta das palavras.
A correspondência é um dos meios mais importantes da comunicação, pois ela lhe proporcionará vários tipos de exercícios na composição de seu aprimoramento existencial no percurso da vida. Sem exigir de seu escasso tempo, uma hora determinada, mas, aquele momento de descanso, de reflexão que poderá ser-lhe útil.
 
Roberto Jardim

                                                                                 10/05/2006
Pascoal, o Cacófato.

A cacofonia é o encontro de palavras ou sílabas que soam desagradavelmente aos nossos tímpanos que são membranas delgadas, transparentes, elásticas, que separa o ouvido externo do ouvido médio, e que funciona como caixa de ressonância, adaptando-se às intensidades acústicas graças a músculos tensores.  Às vezes, nos recolhemos à solidão para evitarmos os cacófatos que nos perturbam com dissonâncias, dificultando o entendimento de um diálogo.
         Na oração que é formada o conjunto das palavras que expressam o pensamento completo numa eloqüência, pode conturbar se proferirmos os advérbios, os artigos ou pronomes seqüencialmente errados dentro de uma sentença, deformando o projeto instituído na observação da união dos seres, levando-os aos desencontros e a repugnar o caminhar junto ao entendimento.
         A palavra “moela” é a denominação do segundo estômago das aves que, sobretudo nas granívoras, apresenta paredes musculares grossas e rígidas.  Esta palavra pode ser entendida, dependendo das articulações sonoras ao pronunciarmos em uma frase como cacófatos, usando o pronome em lugar indevido, transtornando e conturbando o entendimento da oração.
Exemplificando este cacófato: preciso encontrar outra funcionária como a última que se demitiu; ou erroneamente sonorizamos a mesma frase como: preciso encontra outra funcionária “como ela”; fazendo-nos entender que a funcionária procurada necessita possuir “moela”; pois o som captado em nossa audição refere-se “com moela”.  (Problemas no uso do advérbio e da preposição com o pronome).  Outro exemplo é a omissão do artigo e o uso indevido do pronome: “Eu a amo” e não “Eu amo ela”, “Eu a vi” e não “Eu vi ela”.  Havia um dente quebrado na boca daquela menina e não “havia um dente quebrado na boca dela” (sonorizando a boca de um animal).
A pressa atual na correria do cotidiano e a síndrome do pensamento acelerado desenvolvido no decorrer da existência; leva-nos a sincopar as palavras ou sentenças escritas e faladas, transtornando a realidade dos entendimentos interpretativos da real situação, causando desagradáveis desencontros dos pensamentos que poderiam construir um porvir em sons perceptíveis pela audição.
Somos o único animal racional capaz de dinamizar os códigos da comunicação em inúmeros sentidos perceptíveis, mas a fala é a mais importante de todas as técnicas dos relacionamentos, portanto, necessitamos sincronizar a fala com a escrita de tal modo que nunca venha deturpar nossos pensamentos interpretativos destes.
Roberto Jardim
                                                                                                                               20/03/2006
“Eu não ensino a ninguém, mas esforço-me, ajudando a alguém a aprender.”

Roberto Jardim
Eu e os girassóis.

         Você já viu um girassol? Trata-se de uma flor amarela muito grande que gira sempre em busca do sol e, é por esta razão que é popularmente chamada de girassol. Quando uma pequena e frágil semente dessa flor brota em meio a outras plantas, procura imediatamente pela luz solar. É como se soubesse instintivamente que a claridade e o calor do sol lhe possibilitarão a vida, mas, o que aconteceria à flor se a colocássemos em uma redoma bem fechada e escura... Certamente em pouco tempo ela morreria.
         Assim como o girassol, meu corpo físico também necessita da luz e do calor solar, da chuva e da brisa para me manter vivo. Mas não é só o corpo físico que precisa de cuidados para prosseguir firme. Minha mente, igualmente necessita da luz da sabedoria para manter acesa a chama da esperança, precisa do calor do afeto, da brisa da amizade, da chuva da cultura que vem do universo. 
         Todavia é necessário esforçar-me para respirar um ar puro, acima das circunstâncias desagradáveis que nos envolvem. Eu mesmo permiti que o vício abafasse minha vontade de buscar a luz e definhar-me dia a dia, como uma planta mirrada e sem vida, deixando-me enredar nos cipoais da preguiça e do desânimo, ficando a reclamar da sorte sem fazer esforços para sair da situação que me desagradava. Foi preciso compreender os objetivos traçados por Deus para a elevação de meu ser, para que pudesse crescer. 
Então, tive o amparo da família que me ofereceu sustentação e segurança, também tive a presença dos amigos nos momentos de alegria e de tristeza a me amparar os passos e me impulsionar para frente. Assim as possibilidades de aprendizados que surgiram a cada instante da caminhada, tornaram-me mais esclarecido e preparado para decidir qual o melhor caminho a tomar. 
Mas o que acontece comigo, quando me fecho na redoma escura da depressão ou da melancolia permanecendo por vontade própria. É possível que em pouco tempo minhas forças se esmoreçam e não me permita sequer, gritar por socorro. Quando as nuvens negras dos pensamentos tormentosos cobrirem com o escuro véu o horizonte de minhas esperanças e, o convite da depressão rondar-me a mente; imito os girassóis e busco respirar o ar puro acima das circunstâncias desagradáveis; quando as dificuldades e os problemas se fizerem insuportáveis tentando sufocar-me a disposição para a luta, busco a luz divina através da oração sincera.

“Eu não ensino a ninguém, mas esforço-me, ajudando a alguém a aprender.”
  Roberto Jardim

                                                                                                           22/04/2005
A ironia do destino                                    

         Ao assistir a uma reportagem sobre violências nas cidades onde predominavam acontecimentos de chuvas de “balas perdidas”, ocorreu-me à lembrança de um caso que se passou comigo numa cidade do interior onde residíamos com toda a nossa família.  Meu pai possuía duas fazendas; uma ao norte da cidade e outra ao sul. 
Todas as vezes que precisávamos levar o gado de uma fazenda para a outra, contratávamos uma frota de carretas para atravessar a cidade do norte ao sul; mas um dia não conseguimos o contrato das carretas e resolvemos atravessar o gado, tocando-os por peões a cavalos e aproveitando a madrugada, quando às três horas a cidade se encontrava totalmente deserta.
         A cidade tinha uma linha férrea que a atravessava de norte ao sul e, na parte sul tinha uma rua que seguia lateralmente a linha férrea na parte baixa, e tinha a opção de subir uma rua que seguia a beira de um morro.  Entre a rua alta e a linha férrea, havia algumas residências, numa das quais residia um chefe de família que levou a vida inteira sustentando a família com a produção de lingüiças suínas, famosas pelos temperos que conquistaram o gosto da população.
         A família não era de grandes poderes aquisitivos, mas se mantinha num padrão razoável de vida, pois na alimentação poucas vezes eram incrementadas com a carne bovina que oneravam os orçamentos da família.  Mas sempre que o chefe da família estava cortando um suíno para desmanchar em lingüiças, repetia para sua esposa — um dia choverá carne bovina sobre este lar.  Era uma família muito religiosa e acreditavam nos sonhos e esperanças que nutriam na força que tinham para viver.
         No dia em que meu pai resolveu transportar o gado de uma fazenda para a outra, escalou-me para acompanhar os peões, mesmo sabendo que eu só tinha 16 anos, mas precisava treinar-me ao trabalho, assim fui à retaguarda com outros peões tocando uma média de trezentas reses com um peso médio de quinze arroubas.
         Era basicamente três horas da madrugada, quando chegamos à bifurcação das ruas que seguia na lateral da linha férrea e a rua que subia a beira do morro, acima das casas que tinham suas frentes para a linha férrea.  O rebanho seguiu a rua baixa, mas cinco das reses seguiram a rua de cima.  Então, meu pai e alguns peões ficaram me aguardando enquanto eu fui cercar as reses extraviadas.
         Galopando em meu cavalo, consegui ultrapassar as reses, mas quando as cerquei, uma das reses apavorada se atirou em cima do telhado de uma das casas, mas eu consegui dar a volta e chegar à rua baixa que passava a frente das casas, quando, justamente o fabricante de lingüiças suínas, que sempre falava à esposa que um dia choveria carne bovina em sua casa, abriu a porta da sala de onde saiu escorregando no encerado a rês que caiu em cima de seu telhado.
Roberto Jardim

                                                                                                                                                                               18/06/2005
Pascoal X Pasqualete
        
Para que eu nunca “seje” um “mal” aluno ou “esteje” participando de vocabulários satirizados nos iletrados ou desafortunados das oportunidades “convivencionais” dentro de uma sociedade intelectiva, preparo, não um “CD-RUM”, mas o significativo de READ ONLY MEMÓRY, ou seja, memória apenas para leitura, o “CD-ROM.
E para que eu “seja” um “bom” aluno ou “esteja” num caminho intelectivo de minha sociedade e, para que eu fique “bem” comigo mesmo; não precisarei de “menas” linhas, mas economizarei “menos” linha na dissertação de minha história.
Durante esta minha dissertação, necessitarei de uma alimentação balanceada para manter-me sempre “bem”; evitando que “seja” cometido de um “mal” deturpador de minha saúde; assim, justificando o crescimento de meu amor por mim mesmo, mantenho-me um “bom” homem e evitando tornar-me um “mau” personagem de nossa história social.
Não sou “di menor” nem tão pouco “di maior”, mas simplesmente já completei há muitos anos a “maior idade”, por isso cuido sempre de meu bem estar, mesmo no aconchego do lar, onde posso relaxar-me e reconstituir minhas energias físicas e psíquicas; utilizo, não dois “trabisseiros”, mas, mantenho o nível de minha cabeça linear ao meu corpo dorsal, usando apenas um “travesseiro”.
Moro em uma casa “geminada”, juntamente com toda uma família de onde é “germinada” toda a esperança de um grande porvir, levando-me a relacionar com uma sociedade diversificada de todas as classes, onde me deparo, não com um “mendingo” necessitado de “trezentas gramas de mortandela” e um “iorgute”, mas um “mendigo” solícito da aprendizagem e da cultura.
Adepto de: “nunca se dê o peixe, mas ensine a pescar”, desenvolvi um diálogo com técnicas que pudessem estimular sua inteligência e elevar sua auto-estima, e, além do alimento intelectual o fortaleci com um bom lanche, composto de “trezentos gramas de mortadela e um iogurte”.
Não “haviam” muitas pessoas no local da produção desta minha dissertação, mas “havia” muitas pessoas a espera do término da mesma.  Havia até um “adevogado beneficiente” que julgava ser o correto, porém, um “advogado beneficente”, não julgou, mas afirmou com a certeza de sua tese que devemos ser compreendidos por todos e não entendido por alguns.




Hoje eu precisei, não de uma “tauba”, mas de uma “tábua” em que eu pudesse atravessar uma poça de água e chegar a um “tabual” ou a uma plantação de “taboa”.
Lembrando de meu pai, “recordo” de sua mania em não usar tênis sem “cardaço”, nem que tenha desenhado no lugar um lindo “cadarço”, mas sua habilidade em se vestir é um “recorde” quando ele “bota” a “calça” e “calça” a “bota”.  Você sabia que muitas pessoas utilizam tirar o arroz da panela com uma “espumadeira”, e ele também, para não ser diferente, utiliza a “escumadeira”.
Ele sempre lutou contra a violência e a favor da justiça na esperança que um dia os campos de nossa vida “floraria” de amor e compreensão; pois só pensava assim:  “Tomara” que os nossos governantes, dê todo o apoio necessário a nossa polícia para que ela se conscientize de suas obrigações que “tomará” a decisão de “revolver” o “revólver” de quem não tem consciência de usá-lo.  
Precisamos nos conscientizar que todo “mal” é “mau”, por isso devemos somente praticar o “bem”, porque todo o “bem é bom”; só assim desenvolvemos a prática da “responsabilidade”, que em sua semântica, corresponde na “habilidade de responder”.
Fazem” dois anos que me esforço para aprender, porém, também “faz” dois anos que a leitura e a produção de textos definem o meu aprendizado, “porisso” devo separar a preposição do pronome, pois as aglutinações etimologicamente são perceptíveis, e também sem usar o hífen ou “asterístico” deturpador do entendimento da oração.  “Por isso” só uso o “asterisco (*)” para indicar que há uma nota explicativa da parte sinalizada no pé da página.
Pode haver “problemas” se eu não definir um “poblema ou probrema” para “mim” fazer; embora descubro que “mim” não conjuga verbo e somente “eu” que estou “suando” neste calor insuportável, vou chegando ao fim de minha dissertação “soando” como um sino “disritmado” que deturpa os sons perceptíveis pelos tímpanos de qualquer um.
Não vamos confundir um “bom professor” com um “professor bom”.  Ele pode ser um “professor grande” e não ser “grande professor”.
Haja vista” o decorrer do tempo, não vou “estar verificando” erros, e sim “vou verificar” os acertos para conhecer o percentual de meus conhecimentos.             

Obs.: Esta dissertação com os parágrafos em desconexos provém de uma mente desprovida de oportunidade intelectiva, e foi elaborada para incrementar uma aula de português, onde poderão ser discutidos todos os erros entre mestres e discípulos na fixação de nossa Língua Portuguesa que vem se desleixando na correria do cotidiano e na síndrome do pensamento acelerado em que muitas vezes sincopamos as palavras e intensificamos a cacofonia, deturpando o som perceptível pela audição.
         Portanto, necessitamos de uma constante interação no intercambiar de nossas experiências para o aprimoramento de nossas comunicações.  Assim sendo, com o Pascoal que vem de pascal ou páscoa, a festa anual dos cristãos, comemorativa da ressurreição de Cristo, possa a nos levar a uma reflexão e conseqüentemente a reconstituição do que nós estamos perdendo em nossa complicadíssima, mas “belíssima” Língua Portuguesa.

“Eu não ensino a ninguém, mas esforço-me, ajudando a alguém a aprender.”
      
Roberto Jardim

                                                                            06/03/2006