Adolescência e Casamento

            Com a união de minha mente ao coração, inicia-se uma produção de textos. Vou registrando com caracteres ortográficos, que denomino como células alfabéticas. Esses caracteres ao se unirem uns aos outros, formam palavras, e associando a outras, vão constituindo frases explicativas e marcando no papel as imagens de um sentimento expressivo.
            Prefiro expressar-me como o personagem de minhas histórias para não envolver teses ideológicas com a imaginação alheia. Pois, cada ser humano desenvolve os raciocínios diferenciados uns dos outros na formação da célula social.
Em nossa adolescência, iniciam-se um sentimento que nos despertam a curiosidade sobre a anatomia humana, levando-nos a procura do sexo oposto, para “intercambiarmos" os sonhos em desenvolvimentos. Quando encontramos a pessoa eleita para o intercâmbio dos sonhos, o coração parece agitar-se, deixando-nos descontrolados. Mas, o receio de sermos rejeitados leva-nos a elaboração de frases perfeitas para causar um impacto e garantir o sucesso da conquista.
Nesse primeiro comprometimento de ambos os sexos, iniciam-se os namoros, um doce encantamento que nos leva a imaginar uma consolidação da união, pois com os sonhos acalentados na intimidade, nos dá a convicção de que seremos eternamente felizes.
No período em que estamos namorando, imaginamos estar observando um céu estrelado que ilumina nossos corações, e os primeiros momentos são de extremas alegrias, são os minutos mais agradáveis, pois tudo é novidade.
Mas, nem sempre o suave encantamento é duradouro, pois ao deixarmos cair às máscaras afiveladas no intuito da conquista, a convivência torna-se amarga ao transformar o amor que deveria continuar espontâneo, em cadeias de trocas exigentes e “descabíveis”.
Quanto mais enfrentamos as tempestades que se constituem nas desavenças, achamos ser o certo, obedecer e ser obedecido, sem nos preocupar com a individualidade do outro, tornando assim, um prisioneiro do outro e despertando um interesse ardente de nos libertar ao ver os nossos sonhos se desfazendo.
O nosso primeiro impulso é o de lançarmos em busca de outra pessoa que possa atender as nossas carências. Esquecendo dos primeiros momentos do namoro em que tudo era felicidade, buscamos outras experiências, atirando-nos aos primeiros braços disponíveis, para novamente sentirmos o sabor amargo da decepção. Tentamos outras e outras mais, e nunca encontramos alguém que consolide nossos anseios de felicidade, conseguimos somente infelicitarmos na busca de algo que não encontramos.
Se a pessoa com quem casamos não é bem o que esperávamos, lembremo-nos de que se a escolha foi feita pelo coração, sem outro interesse qualquer, é com essa pessoa que precisamos conviver.
Lembremo-nos de que na terra não há ninguém perfeito e que nossa busca por esse alguém será em vão. E se houvesse alguém perfeito, esse alguém estaria buscando também perfeito, que certamente não seríamos nós.
Dessa forma, deveremos amar intensamente a pessoa com quem dividimos o lar, pois só assim conseguiremos alcançar a felicidade que tanto almejamos.
“Eu não ensino a ninguém, mas esforço-me, ajudando a alguém a aprender.”
Roberto Jardim

                                                                                                                                        05/08/2004