Ler
Aprendemos errados, ou seja, incompleto,
por acharmos que não vai dar tempo para concluirmos todas as nossas tarefas. E,
na correria acabamos “imperfeiçoando” nossa aprendizagem, sem a fixação das
idéias que nos possam abrir caminho para o futuro, descortinando o desconhecido
e desvendando novas descobertas.
Ler não é somente tomar conhecimentos
das idéias contidas nas escritas, mas sim, interpretar nas entrelinhas o que o
autor deixa subentendido, ou às vezes, um ponto de partida para muitas
interpretações que levarão o leitor a novas criatividades.
Como exemplo, temos a história
pedagógica que começa muito antes de Cristo, (551 – 479 a .C.). Quando Confúcio
transmite a seus discípulos idéias, vindas não sei de onde, mas formada por
interpretações de um passado longínquo que vem abrindo caminhos para novas
idéias, novas ideologias e idealizações, não para serem concluídas, mas sim,
para prosseguimento a ser trilhado pelos discípulos.
Depois de tantas interpretações,
chegamos até a época de Sócrates, (469 – 399) em que ele descobre que “agora
sei que nada sei”. Mas, nos transmite com isso, que a aprendizagem é realmente
infinita. Portanto, devemos estar com nossa mente aberta para novas idéias que
nos surgirão através da interação e debates entre mestres e discípulos. Assim, sempre
nos surpreendem com suas inovações e criatividades. Como Demócrates, que nesta
mesma época já pensava no átomo. E, através de um desdobramento contínuo de
interpretações chegou ao nosso tempo com a automatização e o laser
revolucionário das ciências, pois nada surge sem uma origem fundamental.
Portanto a interpretação de textos ou
qualquer parágrafo pode nos levar as intermináveis descobertas, até mesmo os
grandes romances ou ficções cientificas, nos transmitem uma aprendizagem
englobando todos os campos disciplinares da vida humana. Assim devemos detalhar
minuciosamente em análise de qualquer mensagem transmitida, seja escrita ou
oralmente em palestras, pois sempre podemos trilhar nas entrelinhas das idéias
transcritas.
Deveremos estar sempre com nossa sabedoria e
inteligência ativada dentro de uma percepção peculiar, capaz de captar os
pensamentos expressos em textos compactados, aguçando nossa sensibilidade
perceptiva ao lermos e lançarmos ao âmago da questão, nas entrelinhas,
analisando os subentendidos, pois ao compactar a explanação dos pensamentos o
autor força ao leitor a exercitar os “músculos” cerebrais no entendimento de
uma questão.
Enquanto um atleta se dedica à prática
de um esporte no intuito de cultuar o belo físico, ou mesmo competir numa
decisão onde haverá apenas um ganhador, deveremos também, exercitar os
“músculos” cerebrais da intelectualidade, onde não existe perdedor. Entretanto,
a leitura não deixa de ser uma verdadeira academia na “cultuação” da memória
inovadora de projetos a serem desenvolvidos nos passos futuros.
Roberto Jardim
16/11/2004