Visão, Cérebro e Coração.
O nascimento foi perfeito, dentro de
uma família muito conceituada e respeitada. O “Ser” que nasceu possuía todos os
membros perfeitos e em plena condição de um bom desenvolvimento; aprendeu
facilmente a falar, andar e a se comunicar dentro da sociedade em que vivia.
Os olhos eram lindos – verdes claros ou
dependendo de suas emoções tornavam-se azuis claros. Mas, para que serviam
aqueles olhos que muitos admiravam e elogiavam? Aqueles olhos que visualizavam
nitidamente tudo ao seu redor, mesmo sem saber o significado de um olhar.
A visão era tão boa que conseguia
visualizar um pequeno sujo em uma vidraça e todos os defeitos, principalmente
de seus semelhantes; nunca precisou usar óculos; passou em todos os exames de
vista que teve de fazer durante a sua vida profissional.
Após muitos contratempos e discórdias
dos objetos que apresentavam ser o que não eram, resolveu estudar um pouco
deste órgão para compreendê-lo melhor e saber usá-lo do modo que ele foi
criado. Como já em outros textos escritos por mim, repito que nada pode
funcionar independente do outro, pois tudo ou todos dependem de um segundo para
completá-los.
O olho é um órgão da visão, par e simétrico, formado
pelos globos oculares e seus anexos; também chamado de janelas da alma. Este
órgão que é utilizado para ver, conhecer ou perceber pelo sentido da visão. Mas
para podermos compreender a diferenciação do que vemos e não parecer o que não
é devemos associar dois de nossos importantes órgãos, o cérebro e o coração.
A interligação entre esses três órgãos
poderá nos dar uma definição do que podemos estar agora visualizando, pois o
cérebro é uma massa de substancia nervosa que constitui a parte superior e
principal do encéfalo, e é a sede das sensações e a origem dos movimentos
voluntários. O cérebro ao receber as imagens do que estamos visualizando, envia
ao coração suas percepções para que sejam reavaliadas e depois defini-las
dentro de uma razão justa.
O coração, além de ser um órgão da anatomia humana,
ele é um órgão oco e musculoso, centro motor da circulação do sangue. Sua
própria forma é chamada de coração, onde supostamente é a sede das
sensibilidades morais, das paixões e sentimentos, englobando o amor e o afeto; sediando
também o caráter e a índole; conjuntamente com o cérebro pode coordenar todo um
organismo criado por Deus para a perfeição do ser.
Quando ocorre qualquer anomalia em
nossa visão, como a catarata que é a opacidade parcial ou total do cristalino
que impede a chegada dos raios luminosos à retina; poderá ser corrigida através
de uma cirurgia onde se implanta uma prótese na substituição da defeituosa.
Enquanto esta não for corrigida, ficamos numa opacidade
também parcial ou total. Sem o envio das imagens perfeitas ao cérebro,
prejudica-nos os exercícios da interligação do cérebro e o coração e
enfraquecem a nossa introspecção e avaliação, onde aprendemos a nos conhecer
melhor e enxergar as qualidades e o interior de nossos semelhantes.
Portanto, encontramos os deficientes
visuais que conseguem transcrever histórias fantásticas ou musicas lindíssimas
que só a sensibilidade de quem não pode misturar um lindo interior com as
conjunturas visualizadas pelos normais.
Com todos esses conhecimentos, devemos
manter harmonizados esses três órgãos que podem construir uma brilhante história
em nossa vida, e poderemos eliminar a famosa frase “parece que é, mas não é”.
Educar o nosso
modo de ver e observar é importante para transformar e ter consciência da nossa
participação no meio ambiente e na realidade cotidiana.
Ver significa conhecer, perceber pela
visão, alcançar com a vista os seres, as coisas e as formas do mundo ao redor.
Observar é olhar, pesquisar, detalhar,
estar atento de diferentes maneiras às particularidades visuais,
relacionando-as entre si.
O ato de ver ao ser aprimorado
permite-nos observar melhor o mundo, o ambiente, a natureza (detalhes) e assim
nos expressamos melhor.
Muitas vezes olhamos, mas não vemos o que deveria,
porque deixamos de observar detalhadamente as diferenciações existentes nos
relacionamentos entre o que visualizamos e o que representa a imagem
visualizada, portanto, precisamos aprender a olhar e ver além das aparências.
Roberto
Jardim
01/03/2003
Obs.; Fui submetido a uma cirurgia de catarata no
dia 21/01/2005 que me possibilitou a visualizar as aparências que dependerão
das avaliações de meu cérebro e de meu coração nas definições da realidade.
Roberto Jardim