Educação celular
Para eliminarmos uma doença,
necessitamos diagnosticá-la e identificar sua origem na célula causadora da
anomalia. Aplicando não só um paliativo, mas também uma educação preventiva para
evitar novas contaminações. Pois, se apenas extirparmos todas as células
doentes, surgirão outras não monitoradas preventivamente que contaminarão todo
um organismo.
Nossa sociedade está
psicologicamente doente. Portanto, um paliativo não resolve. Temos de atacar na
origem a causa da doença e não o efeito dentro da célula social. Só
assim chegaremos ao consenso de um meio para a cura e interrompermos o
prolongamento do problema. Construir penitenciária é começar por uma obra que não
deveria existir. A cada prisão efetuada surgirão dez novos criminosos, portanto,
não podemos combater um mal em sua fase terminal. Devemos sim, atacar sua
origem e vacinar todos que dão os seus primeiros passos, numa prevenção de
futuras contaminações.
Quando digo origem, quero dizer que nada surge
completo. Mas, inicia-se numa série de formações na constituição de um objetivo.
Logo, para termos um final feliz, necessitamos aprimorar a origem e monitorar todo
o percurso do projeto a ser realizado. Assim, investir em estradas ou em
hospitais é importante, porém dependerá de uma prioridade maior, que é a
Educação.
Para construirmos uma estrada, um prédio escolar, um
hospital e até mesmo uma penitenciária, necessitamos de bons profissionais
formados em escolas constituídas de educadores dedicados ao interesse do
progresso. Para qualquer obra concretamente falando, necessitamos de
uma teoria dentro do abstratismo que nos leva a conhecer o
projeto e o desvendar de uma caminhada no conhecimento das realizações de
qualquer objeto ou sonhos.
Devemos “ser”
antes de “ter”, uma vez que não
adianta ter se não sabemos usar o que temos. Portanto, a educação nos prepara
para sermos um adaptador do que teremos. Dependendo de nossas aptidões dentro de
nosso caminhar, não adianta possuirmos um poder aquisitivo, se não sabemos nem
mesmo nos alimentar ou vestir adequadamente para desenvolver o nosso projeto de
vida.
Educadores, todos nós pensamos ser, porém, estamos
sempre nos educando através do existencialismo. Interagindo numa sociedade ditatória
de leis a serem cumpridas, equilibramos os nossos relacionamentos. Ao contatarmos
com os nossos semelhantes, no entanto, precisamos intensificar o nosso tempo,
os nossos recursos materiais, para focalizar e atrair nossas crianças, nossos
jovens a se integrarem à sociedade construtora do futuro, tornando-os
multiplicadores do engrandecimento do ser humano.
Como nas citações bíblicas: “Nunca
se dê o peixe, mas ensine a pescar”; o governo deveria substituir todas as
ajudas financeiras e alimentares da população brasileira por meios de
subsistências, dando-lhes uma auto-estima, autoconfiança em comandar suas
próprias vidas. Mas como gerar emprego para tantos desempregados?
Qualquer célula em desenvolvimento
gera produção constitutiva ao progresso planejado, portanto, vamos começar pela
célula menor da organização governamental que é o Município gerador de rendas
que eleva o Estado e a própria Nação. A cada movimentação de uma célula social,
desencadeia uma série de outras células, gerando mais e mais recursos para toda
a Nação. Se o Governo Federal unido aos Estados e Municípios der início a
construções de escolas direcionadas ao Ensino Fundamental composto de todos os
meios de atividades culturais que ocupasse todo o tempo de nossas crianças e
infanto-juvenis, não sobraria tempo para criar células criminosas e findaria as
despesas intermináveis com o combate à criminalidade.
Cada obra de uma escola movimentará
muitos empregos, não só na construção, como nas indústrias de cada item usado
na obra. E a cada emprego conquistado pela população, reverteriam em impostos para
o governo, reduzindo consideravelmente as despesas até mesmo com a saúde.
“Uma nação que constrói e não educa
seu povo nunca deixará de ser uma nação subdesenvolvida”.
Roberto
Jardim
06/05/2005