Ideia
A palavra idéia veio do
grego, mas a palavra grega original significava apenas enxergar, era uma ação
puramente visual e não tinha nada a ver com a criatividade; foi só lá pelo
século XV que os franceses deram à palavra idéia, a conotação abstrata que ela
tem hoje, a de enxergar o que ainda não existe e talvez não venha existir,
porque da palavra idéia derivou a palavra ideal, um estado de perfeição que só
existe na imaginação das pessoas, como por exemplo, o marido ideal, a mulher
ideal, ou funcionário ideal. Não por acaso, um dos ditados mais repetidos
através dos séculos, “errar é humano”, surgiu por culpas das idéias.
Eu tive uma idéia, idéia
esta que significa: olhando para o inexistente, caminho de novas descobertas,
aquele abstrato que nunca tinha sido pensado por mim, porém o ideal na formação
de uma ideologia que pudesse ajudar o ser humano a encontrar o “fio da meada”
ou a origem de qualquer sujeito ou objeto.
Embora Albert Einstein tenha
dito: “Sempre que eu abro a porta de uma nova descoberta, já encontro Deus lá
dentro”. Provavelmente, ele quis dizer que quando o homem descobriu o Radar, o
morcego já voava no meio de cordas sem bater, usando sinais sonoros para enxergar
no escuro.
O vôo dos helicópteros
também nos lembra do amiguinho beija-flor, as invenções mais sofisticadas, as
descobertas mais surpreendentes, sempre têm como inspiração ou como combustível
algum organismo da natureza, algum mecanismo do universo, o homem ainda não
caiu em si, precisa passar a ter mais respeito pelo meio ambiente ou toda esta
civilização estará se autodestruindo. O homem precisa ver Deus em todas as
coisas assim como Albert Einstein colocou sua alma em suas realizações. O
conjunto de detalhes nesta vida é que forma o todo de sua existência. "A mente que se abre a uma nova idéia
jamais volta ao seu tamanho original."
Assim, comecei a elaborar um
projeto para a ampliação de minha idéia ou visão ampla do horizonte a ser
conquistado, porque necessito registrar toda minha imaginação num sistema
organizacional em que eu possa colocar ou tirar parágrafos, até conseguir um
consenso da realidade explicativa do existencialismo.
A origem de qualquer objeto
ou projeto é o único meio que tenho para identificar a real aparência e definir
o correto sentido do que me apresenta a realidade.
Para eliminar as famosas
frases: “Parece que é, mas não é” e “As aparências enganam”, apresento a alguém
um copo com apenas água até ao meio, e ele não pode me afirmar se o copo está
meio vazio ou meio cheio.
Mas quando apresento o ato
da constituição do objeto, ou seja, o momento exato em que coloco a água até ao
meio do copo, ele diz: o copo está meio cheio, você não consumou o ato de
enchê-lo!
Mas quando completo o
enchimento, resolvo beber a metade, e ele categoricamente me afirma que o copo
está meio vazio. Esse exemplo me habilita conscientemente que, só posso
conhecer-me ao inteirar-me da minha constituição e do meu relacionamento na
sociedade em que vivo.
Com toda experiência de uma
vida em andamento e espelhando-me nas interpretações de outras experiências e
seus desdobramentos interpretativos, chego à conclusão de que nada se inventa e
sim se descobre e aperfeiçoa nas aquisições.
Roberto Jardim
25/05/2005