A arma mais poderosa

         O ser humano é um animal racional e foi equipado com a arma mais poderosa que existe no mundo: “o raciocínio”. O raciocínio é a faculdade ou a maneira de raciocinar. Opera intelectualmente numa discursiva pela qual a afirmação de uma ou mais proposições, passa a afirmar outras em virtude de uma conexão necessária com as primeiras.
         O animal racional não precisa agredir fisicamente o semelhante. Ele poderá debater-se em um diálogo discursivo. Propondo afirmações ajuizadas, dentro de um conjunto das faculdades anímicas ou espirituais que podem distinguir o ser humano de outros animais. Assim, compreenderá as relações das coisas e distinguirá o verdadeiro do falso, o bem do mal, numa relação existente entre explicações, causas ou justificações de qualquer ato praticado ou motivado.
         O individuo que chega a agredir fisicamente seu semelhante, é porque se sente incapacitado com a deficiência da munição que o faz inferior na competição com inteligências mais perspicazes que a sua, fraquejando e não aceitando a derrota por falta da humildade que nos faz mais humano e racional, superando todas as outras espécies viventes.
         A educação é a munição que fortalece a arma num exercício constante dos “músculos” cerebrais, capacitando o individuo a lutar, competindo de igual para igual, defendendo-se e solucionando os problemas nas ocasiões formadoras das situações que constantemente surge no percurso da existência.
         A ocasião, dependendo das circunstâncias dentro das situações surgidas no cotidiano da vida, pode transformar os indivíduos desprovidos das atualizações educativas em deficientes racionais da razão, tornando-os inferiores e corrompidos por ilusões falsas que os levam a agressão física.
         O individuo é derrotado pelo desconhecimento, ignorando o certo e o errado que inconscientemente adormecido em sua mente o deixa a mercê das ocasiões tornando-o um verdadeiro casmurro, e com esse sentimento de que tudo está perdido, lança a mão em qualquer objeto encontrado ao seu alcance para atacar o adversário, levando-o para uma prisão, hospital ou cemitério.             
         O animal irracional, não agride ninguém sem um motivo que o instigue a defesa de seu território e desprovido do raciocínio torna-se agressivo fisicamente. Assim, não necessitamos de armas artificiais, bastando respeitar o seu habitat.
         A humanidade necessita mesmo é de uma intensificação e dimensionamento das academias intelectuais que possam exercitar os “músculos” cerebrais dos indivíduos tornando-os fortalecidos nas práticas do raciocínio em benefício da causa própria.     
Roberto Jardim.

                                                                                                                09/10/2005