Força de um provérbio ou dito popular
Não! Não é uma ficção cientifica, nem um estudo
aprofundado da psicanálise! É apenas um relato de experiências vivenciadas de
um ser humano que estuda a própria vida no intuito de ser útil a humanidade.
Sempre tive uma grande ansiedade em conhecer onde vivo
e saber o porquê acontece às evidências em minha vida. Não por falta de
recursos financeiros para os estudos. Mas, a falta de incentivos de uma
sociedade que me deixou adormecido no tempo sem descobrir o caminho do
verdadeiro saber!
Ao tomar conhecimento de dois provérbios conhecidos em
minha sociedade, fixou em minha mente o desejo de estudá-los. Não pelos meios
filosóficos ou científicos, que seria o óbvio. Mas, nas experiências da vida,
colocando a prática antes da teoria, no intuito de ganhar tempo daquilo que
perdi em minha desobediência às normas estudantis de aprendizagem.
Então, por ser um casmurro de nascença e desobediente
às regras, martelou-me a cabeça dura que tenho; os seguintes ditos: “A voz do povo é a voz de Deus” e “Deus dá o frio conforme o cobertor”.
“A voz do povo
é a voz de Deus”. Se o povo é a maioria, a verdade terá que prevalecer em
sua vontade e é abençoada por Deus. Portanto, devo me aprofundar nos estudos
desta maioria para ter a certeza de que estarei caminhando em segurança. O que
não aconteceu comigo, pois, ignorando o bem estar de uma sociedade,
“veredei-me” por caminhos desaconselháveis ao ser humano, viciando-me ao
tabagismo e permanecendo no vício por 40 anos.
Contudo, lembrei-me que “antes tarde do que nunca”, também é um dito que faz parte de nossa
existência, e comecei a meditar sobre o mais importante aviso de Deus, em que “nada
está perdido, para tudo há uma solução”, e como “a esperança é a última que morre”, refleti sobre o modo como Deus
poderia me ajudar a solucionar todos os meus problemas.
Cheguei à conclusão que toda a solução estaria
inserida neste provérbio, pois se “Deus
dá o frio conforme o cobertor”, então, ao refletir sobre onde encontrar
Deus, descobri que ele está em todos os lugares, até mesmo residindo em meu
corpo. Assim, ele poderá solucionar todos os meus problemas, dependendo apenas
de mim, em querer ser ajudado.
Comecei então, a aprender a controlar a minha mente,
utilizando o frio e o calor. Como sempre usei em meus costumes, trajes sociais
e constantemente a camisa de mangas compridas; intrigavam as pessoas que se
aproximavam de mim. Criticando-me por não usar camisas de tecidos mais leves e
de mangas curtas; elas, as pessoas lembravam-me que minha sala de trabalho não
possuía ar condicionado e o calor era intenso no ambiente.
Entretanto, eu justificava sempre que a temperatura de
nosso corpo estava em nossa mente e não no ambiente, pois estamos equipados com
um termostato corporal e adaptativos a temperatura comandada pela mente, assim
evitamos o calor e o frio excessivo.
Com esses exercícios fui aprendendo a dominar minha
mente e eliminando todas as minhas deficiências em viver salutarmente.
Começando pelo vício que me levou ao absurdo em cometer a cata de pontas de
cigarros jogados por outros viciados e muitas vezes, sair a altas horas da
noite a procura de estabelecimentos que comercializavam tabacos para a
aquisição e saciar-me o vício.
Após 40 anos de sofrimento, resolvi apostar em mim
mesmo, adotando uma introspecção, dialogando e até brigando comigo mesmo sem
que ninguém notasse os meus conflitos. Eu me sentia um derrotado, quando não
conseguia manter o meu vício, que muitas vezes não era por falta de dinheiro,
mas por descontrole em deixar faltar em estoque.
Então, comprei um pacote com dez carteiras e um
isqueiro novo. Coloquei-os à cabeceira de minha cama e uma carteira nova e
outro isqueiro em meu bolso e, toda vez que eu levava a mão para abrir a
carteira eu lembrava que estava estocado, não era por falta de cigarros, mas eu
teria que ser forte, mais forte que o próprio vício, então tomava um gole de
água e deixava para fumar depois.
Nada me impedia de saciar o meu vício, pois eu tinha
tudo disponível, no entanto, o mais importante era à força de minha vontade de
conseguir libertar-me daquela escravidão, “a força de vontade”, já imposta pela
minha mente controlada.
Assim, todas às vezes que me deparava com a carteira
de cigarros em minhas mãos ou em frente ao pacote da mesinha de cabeceira,
silenciosamente, eu travava uma guerra comigo mesmo, nada me impede de abrir a
carteira e fumar, mas não serei mais derrotado pelo vício, serei forte e
vencerei, então, mais um gole de água para celebrar aquele momento.
Nunca prometi ou mesmo comentei com ninguém que
desejava abandonar o vício, pois interessava mais a mim do que a minha
sociedade. Após, os esforços necessários a batalha travada durante um bom
período, alguém notou. Você não tem fumado há muito tempo e nunca está sem o
cigarro no bolso, fumas as escondidas ou está acontecendo algo que desconheço!
Sim, está findando uma batalha em que concretizo minha vitória, estou livre e
posso respirar graças aos ditos populares ou provérbios participativos em minha
existência.
Roberto Jardim
06/11/2005
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